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Assentos
POLTRONINHAS ARCOS, SERGIO RODRIGUES, BRASIL, ANOS 60
Par de poltroninhas Arcos desenhadas por Sergio Rodrigues nos anos 60 para o Palácio do Itamaraty em Brasília.
São compostas por uma estrutura em madeira maciça de jacarandá. O assento e encosto são formados por uma peça única e revestidos a couro.
Peças inteiramente restauradas e revestidas a couro.
Dimensões: C60cm x L65cm x A80cm
Sergio Rodrigues (1927- 2014), Rio de Janeiro, é um dos maiores nomes do design e arquitetura brasileiros.
"De todos os designers brasileiros, Sergio Rodrigues talvez seja o mais profundamente comprometido com os valores e materiais da terra, tendo se arraigado a formas e padrões da cultura brasileira".
Maria Cecília Loschiavo dos Santos- Móvel Moderno no Brasil
Sergio quebrou paradigmas ao inventar uma linguagem própria em busca da identidade brasileira e integrou de forma harmoniosa as três áreas em que militou: a arquitetura, o design e o desenho. As suas criações surgiram na época em que o Brasil investia numa nova capital federal e os brasileiros respiravam uma atmosfera de invenção e de brasilidade nas artes plásticas, na música (com a bossa nova), e na arquitetura, (com a construção de Brasília). Sergio pressentiu que faltava à arquitetura moderna brasileira móveis que acompanhassem essa contemporaneidade. As criações, de caráter moderno, confortável e próprio para o clima tropical brasileiro, abusando da madeira e do couro, em pouco tempo o levaram à nova capital: os seus móveis foram encomendados em grande escala e levados para Brasília.
Em pouco mais de meio século de estrada, Sergio chegou a criar cerca de 1.200 diferentes projetos de móveis, a maioria de cadeiras.
Esse número engloba os projetos inseridos em trabalhos de arquitetura de interiores, que não foram reproduzidos depois, tais como os elaborados para a Embaixada do Brasil em Roma, a Universidade de Brasília, o Palácio dos Arcos, o Teatro Nacional de Brasília e a sede da editora Bloch. A sua relevante atuação na arquitetura, inclui o projeto de casas de madeira pré-fabricadas. Foi também um notável desenhista, certamente uma herança do pai, o artista plástico Roberto Rodrigues.
Em 1955 fundou a Oca, fábrica de mobiliário cujo nome define uma intenção: a de retomar o espírito da simplicidade da casa indígena, integrando passado e presente na cultura material brasileira.
No Rio de Janeiro, passou a atender a classe média ávida por objetos que traduzissem o espírito efervescente de uma época em que tudo era “novo”, da Bossa Nova ao Cinema Novo. Além de fábrica, a Oca compreendia um estúdio de arquitetura de interiores, ambientação, cenografia e componentes de decoração aliados a uma galeria de arte e à exposição do mobiliário de sua autoria.
Desde o início, as cadeiras de Sergio Rodrigues romperam com o sentar elegante e bem comportado, antecipando a demanda por informalidade que viria a dominar os interiores das casas dos jovens da classe média intelectualizada nos anos 60.
A criação mais célebre, a Poltrona Mole, de 1957, espelha essa radicalidade. Robusta, é composta de estrutura em madeira maciça torneada, percintas de couro e almofadões estofados. A poltrona convida ao relaxamento e ao aconchego, oferecendo um conforto que lembra o da rede, o mais tradicional equipamento da casa brasileira.
Outras obras-chave de sua trajetória são o banco Mocho, de 1954 (na sua primeira versão, com o assento mais cavado), que se inspira no banquinho de ordenhar vaca; a poltroninha Kilin, de 1973, que também remete à rede; e a poltrona Diz, de 2001, um projeto da sua plena maturidade, apenas em madeira, que permite um extremo conforto ao usuário.
Sergio Rodrigues desligou-se da Oca em 1968 e a partir daí passou a atuar em seu escritório desenvolvendo linhas de móveis, projetos de arquitetura e ambientação de hotéis, residências e escritórios, e sistemas de casas pré-fabricadas.